O Janeiro Verde é uma das campanhas mais necessárias de todas as que existem ao longo do mês. Ela, além de favorecer a vacinação contra o HPV, está buscando através disso a erradicação do câncer do colo do útero – ou pelo menos uma redução considerável da doença.
De verdade: é muito triste que, com os avanços da medicina, uma parcela considerável da população ainda sofra tanto com o HPV quanto com o câncer no útero. Em 2020, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) foram 16.710 novos casos. O suficiente para colocar a doença como o terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres.
É por isso que o Janeiro Verde é tão importante. Ele ajuda a prevenir o HPV, que gera o câncer do colo do útero em mulheres. Aliás, não só esse tipo de câncer e também não só nelas, viu?
Continue a leitura para saber a relação entre a vacinação contra o HPV e a prevenção do câncer do colo do útero – e mais alguns outros tipos.
O que é o Janeiro Verde 2022?
A campanha Janeiro Verde foi criada em 2020 pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) para promover a detecção e a prevenção do câncer do colo do útero – um dos mais mortais e sorrateiros para as mulheres.
Esse tipo de câncer pode ser chamado de mortal pela sua alta taxa de mortalidade. Segundo o Instituto em entrevista para a TV Senado, cerca de 35% dos casos acaba levando as mulheres a óbito.
E isso justamente por causa da parte de ser sorrateiro. O câncer do colo do útero é, na maioria das vezes, assintomático. Quando ele é detectado, acaba já sendo tarde demais.
O Janeiro Verde está aí para guiar as mulheres e os profissionais de saúde nos esforços de prevenção e detecção do câncer do colo do útero. Listamos logo abaixo as principais medidas:
Detecção: exames constantes e Papanicolau
A frequência recomendada pela campanha Janeiro Verde e pelo próprio INCA é de dois anos seguidos, e logo após, uma vez a cada 3 anos. Os exames devem começar à partir dos 25 anos em mulheres sexualmente ativas, e também devem ser realizados em pessoas trans e não binárias.
As lesões que podem acarretar no câncer do colo do útero começam a se apresentar nessa primeira fase da vida adulta, e vão gerar mais problemas após os 39 anos.
Dessa forma, com acompanhamento médico correto, mesmo as pessoas com HPV dos tipos 16 e 18 (que causam o câncer) conseguem preveni-lo com acompanhamento precoce e vencê-lo caso ele se desenvolva.
Vacina contra o HPV previne o câncer do colo do útero
Hoje, em pleno século 21, deveria ser conhecimento comum que o câncer do colo do útero é causado principalmente pelo HPV. E que existe vacina contra ele.
O HPV é o vírus do papiloma humano, é sexualmente transmissível e não tem cura. Ele se manifesta muito silenciosamente: algumas verrugas nas genitais, nas palmas das mãos, nas solas dos pés, que vêm e vão conforme a imunidade.
Tirando isso, é muito difícil perceber o HPV no dia a dia. Ainda mais em homens, que transmitem a doença normalmente e muitas vezes nem imaginam que têm.
Segundo o INCA, o HPV é responsável por:
- 99% dos casos de câncer do colo do útero;
- 90% dos casos de câncer no ânus;
- 70% dos casos de câncer na boca;
- 40% dos casos de câncer no pênis;
- 5% de todos os casos de câncer no mundo.
A boa notícia é que esse vírus perigoso e insistente pode ser prevenido com a vacinação.
Por suas mutações e seu histórico milenar na humanidade, é impossível uma vacina contra todos os tipos do HPV. Mas para os tipos 16 e 18, que causam as lesões que formam o câncer no colo do útero, já tem vacina a ser aplicada logo na infância. Vem saber mais:
Quando se vacinar contra o HPV?
A vacinação contra o HPV para prevenir o câncer do colo do útero deve ser aplicada ainda na infância, entre os 9 e 14 anos, em duas doses, respeitando intervalo de 6 meses entre elas. Para essa faixa etária a vacina é oferecida gratuitamente no SUS.
A partir de 15 anos de idade a vacina é ofertada apenas na rede privada, são 3 doses, a segunda com 30 ou 60 dias de intervalo da primeira, e a terceira, 6 meses após a primeira dose.
A vacinação contra o HPV deve ser feita em crianças porque, hoje em dia, 50% da população feminina e outros 50% da população masculina estão infectados com o HPV no mundo. Então, quando alguém passa a ser sexualmente ativo, é tão possível quanto provável que ela vá ter contato com o vírus.
Não exatamente o HPV específico que vai causar o câncer, mas o contato com qualquer tipo de HPV é bem provável. E esse contato reduz e muito a eficácia da vacina. E quanto mais contato, menor é a eficácia.
Por isso, pessoas mais velhas e com uma vida sexual ativa há mais tempo normalmente possuem um contato maior com o vírus, o que pode chegar a invalidar a vacina. O ideal para pessoas fora da idade é fazer sempre os exames para checar se está com o vírus e os tipos de lesões que eles estão causando.
Juntos, vamos erradicar o câncer do colo de útero
Nossa esperança aqui na Imunovida é que, daqui a 20 anos, o câncer do colo de útero seja um pesadelo que ninguém mais quer se lembrar.
Por ele ser causado pelo HPV, a vacinação tem o potencial de erradicar completamente a doença. E isso não é no Brasil: é no mundo.
Somos parte de uma engrenagem que busca acabar com a doença. E vamos atingir esse objetivo, um Janeiro Verde por ano, um bracinho de cada vez.
Um abraço!