Bebê Reborn: entre o afeto, a saúde mental e os limites do cuidado público

Bebê Reborn: entre o afeto, a saúde mental e os limites do cuidado público

16 Jun 2025

por Imunovida

Bonecas hiper-realistas, feitas à mão para reproduzir com riqueza de detalhes recém-nascidos reais, os bebês reborn deixaram de ser apenas itens de colecionador para se tornarem um fenômeno cultural que desperta afeto, curiosidade, debates — e, mais recentemente, preocupações.

Na Imunovida, acompanhamos com atenção os movimentos que surgem na sociedade e impactam a forma como as pessoas se relacionam com o cuidado, a saúde e a prevenção. Por isso, escolhemos abordar esse tema com o respeito e a responsabilidade que ele exige — conscientes de que, por trás do uso simbólico ou terapêutico dessas bonecas, existem questões emocionais, éticas e sociais que merecem ser discutidas com empatia, senso crítico e informação confiável.

Nosso compromisso vai além da imunização: acreditamos na importância de promover conteúdos que ampliem o diálogo sobre saúde, limites do cuidado e o uso consciente dos sistemas de saúde, sempre com o olhar atento às transformações da cultura e do comportamento contemporâneo.

Entre o lúdico e o terapêutico

Especialistas reconhecem que os bebês reborn podem ter papel terapêutico importante. Em contextos de luto perinatal, solidão ou Alzheimer, essas bonecas auxiliam no resgate de memórias afetivas e no alívio de sintomas emocionais, promovendo sensação de acolhimento e vínculo.

No entanto, a utilização saudável depende de contexto, orientação e limite. Psicólogos alertam que quando a relação com o reborn ultrapassa o simbólico e invade o espaço do real — como a tentativa de simular maternidade ou substituir vínculos afetivos complexos — o uso pode sinalizar sofrimento emocional ou transtornos mentais como depressão e ansiedade.

O limite: quando o lúdico invade o sistema de saúde

Casos recentes no Brasil têm chamado atenção da mídia e das autoridades. Em Itajaí (SC), uma mulher tentou levar um bebê reborn para vacinar em uma Unidade de Saúde. Em Guanambi (BA), uma jovem buscou atendimento de emergência para sua boneca, alegando que a “filha” estava passando mal e diversas outras situações semelhantes foram expostas pela mídia de forma massiva.

Esses episódios expõem o ponto de tensão entre empatia e responsabilidade: até que ponto o sistema de saúde pode (ou deve) responder a um comportamento simbólico? E quando esse comportamento pode ser o reflexo de uma dor emocional real, que merece acolhimento psicológico?

Discussão pública e projetos de lei

Diante da recorrência de situações como essas, projetos de lei têm sido propostos para regulamentar o uso de bonecas reborn em serviços públicos e privados. Algumas propostas sugerem multa a quem tentar obter benefícios públicos com essas bonecas; outras orientam que os envolvidos sejam encaminhados para avaliação psicológica, reconhecendo o sofrimento que pode estar por trás da atitude.

Redes sociais e a cultura do engajamento

Na internet, o fenômeno ganhou contornos ainda mais complexos. Influenciadoras criam rotinas completas com seus “filhos reborn” — trocam fraldas, simulam emergências e compartilham tudo com seguidores, muitas vezes buscando engajamento em torno da estética da maternidade.

Especialistas em mídia e saúde mental alertam para a necessidade de refletir criticamente sobre essa prática: ela reforça estigmas? Desinforma? Romantiza dores reais ou cria narrativas que escapam da empatia e invadem a exploração?

Entre o hobby e o sexismo

Outros vieses foram explorados nas discussões sobre este tema, como o fato de que hobbies predominantemente masculinos são legitimados como colecionismo, estratégia ou tecnologia — como videogames, autoramas e miniaturas —, atividades predominantemente femininas, como o vínculo com bonecas reborn, ainda são vistas com desconfiança. A prática, que pode envolver afeto, cuidado e fantasia, tem sido patologizada, revelando uma desigualdade simbólica sobre o que se permite ao universo emocional das mulheres adultas.

Esse julgamento tem raízes profundas: historicamente, o brincar associado à maternagem é menos valorizado do que o brincar competitivo, técnico ou “lógico”. Quando mulheres adultas expressam cuidado, sensibilidade ou necessidade de acolhimento por meio de bonecas, isso ainda é mais facilmente diagnosticado do que interpretado. Já o homem adulto que joga videogame por horas ou coleciona centenas de carrinhos raramente é visto como alguém em “sofrimento psíquico”.

Falar sobre isso também é falar sobre saúde mental, cultura e os limites (nem sempre justos) que impomos ao que é considerado normal, terapêutico ou aceitável, sob perspectivas de gêneros.

A nossa opinião: o cuidado precisa de direção

Na Imunovida, acreditamos que todo cuidado é legítimo quando existe sofrimento — mas ele precisa ser cuidadosamente avaliado para que possa ser direcionado com responsabilidade.

Bebês reborn não devem ser banalizados nem ridicularizados. Mas tampouco devem ocupar o lugar de uma criança real dentro de sistemas de saúde, quanto mais os públicos, pensados para garantir proteção efetiva, equitativa e ética.

Falar sobre o tema é também uma forma de cuidar. Com empatia, mas sem abrir mão da escuta qualificada, da informação confiável e do discernimento entre acolher e validar.

📍Se você ou alguém próximo está em sofrimento emocional, procure um profissional da saúde mental. Na dúvida, busque orientação — e nunca subestime o poder de um gesto responsável.

📞 Telefone ou WhatsApp:
(34) 3235.0291

🏥Nossas unidades:
Matriz: Av. Cipriano Del Fávero, 640 – Centro
Unidade UMC: R. Rafael Marino Neto, 600 – Loja 51 C, Jd. Karaíba

#BebêReborn #SaúdeMental #PrevençãoÉCuidado #ImunovidaVacinas #CuidadoComResponsabilidade #EmpatiaComLimites #SaúdeColetiva #ConsciênciaDigital

Referências e Fontes:

Por Imunovida

30 Abr 2025

Boa tarde!

Por Imunovida

30 Abr 2025

A vacina contra o HPV protege contra os principais tipos do vírus!

Por Imunovida

31 Mar 2025

O VSR é um dos principais causadores de infecções respiratórias em bebês

Por Imunovida

27 Fev 2025

Você sabe quanto tempo dura a vacina do HPV?

Por Imunovida

27 Fev 2025

A vacinação contra o HPV

Por Imunovida

27 Fev 2025

O que é HPV? O Papilomavírus Humano (HPV)

Por Imunovida

30 Abr 2025

Boa tarde!

Por Imunovida

30 Abr 2025

A vacina contra o HPV protege contra os principais tipos do vírus!

Por Imunovida

31 Mar 2025

O VSR é um dos principais causadores de infecções respiratórias em bebês

Por Imunovida

27 Fev 2025

Você sabe quanto tempo dura a vacina do HPV?

Por Imunovida

27 Fev 2025

A vacinação contra o HPV

Por Imunovida

27 Fev 2025

O que é HPV? O Papilomavírus Humano (HPV)

Fale com a gente!

Então, se você não marcou sua vacina!
Você pode nos chamar pelo WhatsApp
Fale agora!

Quero receber
uma ligação.

Digite seu nome e telefone para entrarmos em contato com você;)