No cenário global de envelhecimento populacional, a tecnologia desponta como aliada para a promoção da saúde preventiva e o gerenciamento de doenças crônicas. Mas será que o acesso à saúde digital está realmente ao alcance de todos?
A pesquisadora Marília Duque, em seu artigo para o Jornal Nexo, na coluna sobre Políticas Públicas, alerta que a crescente digitalização da saúde pode aprofundar desigualdades, especialmente entre idosos e pessoas com baixa escolaridade. Segundo ela, a promessa de um sistema mais acessível, centrado no paciente e amparado por tecnologias como inteligência artificial, wearables e monitoramento remoto, esbarra na falta de habilidades digitais e midiáticas para a navegação segura e consciente dessas ferramentas.
O que é Literacia Digital em Saúde?
A literacia digital em saúde envolve a capacidade de buscar, compreender e utilizar informações sobre saúde no ambiente digital. Isso inclui:
- Identificar informações confiáveis em meio a conteúdos digitais;
- Navegar por plataformas de saúde, como aplicativos e portais de monitoramento;
- Interpretar relatórios de saúde, dados biométricos e orientações médicas;
- Utilizar dispositivos conectados (wearables*) para o monitoramento remoto da saúde.
A pandemia de COVID-19 acelerou o processo de digitalização da saúde, mas o abismo entre o projeto e a realidade dos usuários ficou evidente. Segundo dados citados no artigo, 59% dos brasileiros com 60 anos ou mais estão conectados, mas isso significa que 14 milhões de idosos seguem sem acesso à internet — um grupo altamente vulnerável em termos de saúde pública.
O Paradoxo da Saúde Digital: Quem mais precisa é quem menos acessa
A contradição é clara:
Enquanto a saúde digital se desenvolve com o intuito de facilitar o acesso e promover a prevenção, a população idosa — uma das que mais se beneficiaria desse modelo — permanece à margem, seja por falta de acesso à tecnologia, ausência de habilidades digitais ou barreiras cognitivas e motoras.
No Brasil, 15,7% da população idosa é analfabeta e muitos seguem limitados ao uso básico do WhatsApp, sem explorar outras funcionalidades digitais que poderiam ampliar suas possibilidades de autocuidado. Essa exclusão digital não é apenas um desafio técnico; é um problema de saúde pública, pois compromete o potencial preventivo da saúde digital, limitando o alcance de ações educativas e campanhas de saúde.
Como Reduzir o Abismo Digital?
A solução passa por educação digital inclusiva, com metodologias adaptadas às necessidades da pessoa idosa, considerando suas limitações visuais, cognitivas e motoras.
Marilia Duque aponta a importância de ações intersetoriais e políticas públicas que promovam a alfabetização digital e midiática, capacitando as pessoas não apenas a navegar, mas a avaliar criticamente as informações que consomem.
O Projeto de Lei 4263/24, por exemplo, propõe a criação de um Programa Nacional de Letramento Digital para Pessoas Idosas, com foco no desenvolvimento de habilidades digitais de forma acessível e inclusiva.
Além disso, práticas de design inclusivo — como interfaces simplificadas, linguagem clara e contraste adequado — podem facilitar a adesão ao digital sem gerar sobrecarga informacional.
E na Saúde Digital, qual o papel da Imunovida?
Na Imunovida, acreditamos que informação salva vidas, mas só se ela alcançar quem mais precisa. Por isso, seguimos comprometidos em promover conteúdos educativos acessíveis e claros, que ajudem nossos pacientes a navegar com segurança pelo universo digital da saúde, garantindo que cada pessoa ocupe seu lugar central no cuidado da própria saúde.
📲 Quer saber mais? Clique para acessar o artigo completo no Jornal Nexo Políticas Públicas e acompanhe nossos conteúdos educativos no blog da Imunovida.
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