Entenda como o novo estudo liga a vacinação a benefícios cognitivos, a diferença entre Zostavax e Shingrix e o impacto na saúde do envelhecimento
A busca por formas eficazes de prevenir doenças neurodegenerativas como a demência ganhou um novo capítulo. Um estudo recente, publicado na revista Nature (abril/2025), trouxe evidências de que a vacinação contra o herpes-zóster pode oferecer benefícios além da prevenção da doença em si — incluindo a redução no risco de desenvolvimento de demência, especialmente entre mulheres.
Neste momento em que a expectativa de vida aumenta e o envelhecimento saudável se torna uma prioridade mundial, esses achados reforçam o valor da vacinação como uma ferramenta ainda mais abrangente para a promoção da saúde.
O que mostrou o novo estudo?
Pesquisadores analisaram dados de mais de 280 mil adultos no País de Gales, comparando a evolução da saúde entre vacinados e não vacinados contra herpes-zóster, por 7 anos.
A vacinação utilizada foi a Zostavax, uma vacina de vírus vivo atenuado, indicada na época para adultos mais velhos.
Resultados principais:
- Pessoas vacinadas apresentaram uma redução de 20% no risco de desenvolver demência nos sete anos seguintes.
- O efeito foi significativo em mulheres, enquanto nos homens não foi observada diferença estatística relevante.
- Houve uma redução média de 3,5 pontos percentuais nas taxas de novos diagnósticos de demência entre os vacinados.
(Fonte: Nature)
Possíveis mecanismos de proteção cognitiva através da vacinação
A hipótese de que vacinas podem proteger o cérebro se baseia em dois eixos principais:
1. Controle da inflamação
Evitar a reativação do vírus varicela-zóster significa evitar episódios inflamatórios silenciosos no cérebro, que poderiam iniciar ou acelerar processos de degeneração neuronal.
2. Modulação do sistema imunológico
A vacinação treina o sistema imunológico a responder de forma mais eficiente, o que pode fortalecer a capacidade do organismo de combater inflamações crônicas — uma característica central em várias doenças neurodegenerativas.
Como o herpes-zóster está ligado à saúde cerebral?
O herpes-zóster é causado pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo vírus da catapora.
Após a infecção primária, o vírus permanece latente nos gânglios nervosos e pode reativar-se décadas depois, principalmente em situações de baixa imunidade.
Quando reativado, o vírus pode:
- Atingir o sistema nervoso central, provocando inflamações silenciosas;
- Causar encefalites ou alterações inflamatórias de baixo grau que, ao longo do tempo, poderiam contribuir para processos de neurodegeneração;
- Aumentar o risco de sequelas neurológicas como a neuralgia pós-herpética, além de possivelmente impactar a função cognitiva.
Portanto, o controle da reativação viral pode ser um fator chave para a preservação da saúde cerebral no envelhecimento.
Demência no mundo: o que está em jogo
- Mais de 55 milhões de pessoas vivem atualmente com demência no mundo.
- Cerca de 10 milhões de novos casos são diagnosticados todos os anos.
- A expectativa é de triplicação dos casos até 2050, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
(Fonte: WHO)
Diante desse cenário, qualquer estratégia segura e acessível que possa atrasar ou reduzir o risco de demência tem um impacto potencialmente transformador.
Por que o efeito foi mais observado em mulheres?
Uma das observações mais intrigantes do estudo foi a diferença entre os sexos. Ainda não existe uma resposta definitiva, mas algumas hipóteses incluem:
- Respostas imunológicas mais vigorosas em mulheres, o que poderia amplificar os benefícios protetores da vacinação.
- Influência de hormônios como o estrogênio, que possuem papel neuroprotetor e modulador de inflamações.
- Maior expectativa de vida feminina, o que faz com que efeitos protetores sobre demência sejam mais perceptíveis nesse grupo.
Esses fatores sugerem que a interação entre infecção, imunidade e neurodegeneração pode ser mais complexa do que se imaginava.
Vacinas contra Herpes Zoster: Zostavax e Shingrix. Qual a diferença entre elas?
Sobre a Zostavax:
- Utilizada no estudo de Gales;
- Composta por vírus vivos atenuados;
- Eficiência de aproximadamente 50–60% na prevenção do herpes-zóster;
- Uso atual reduzido em vários países.
Sobre a Shingrix:
- Principal vacina disponível no Brasil atualmente;
- Vacina recombinante inativada, sem risco de reativação viral;
- Mais de 90% de eficácia contra herpes-zóster e neuralgia pós-herpética;
- Indicada para adultos a partir de 50 anos e para imunossuprimidos.
Ainda não existem estudos que avaliem diretamente o impacto da Shingrix na prevenção da demência. No entanto, considerando sua eficácia superior na prevenção de infecções virais e suas complicações, é plausível que seus benefícios extrapolem a proteção contra o zóster.
Conclusão Imunovida: vacinar é proteger o futuro
A vacinação contra herpes-zóster sempre foi importante para evitar dores, sequelas e hospitalizações.
Agora, a ciência aponta que seu benefício pode ir além: proteger o cérebro, a memória e a autonomia no envelhecimento.
Embora mais pesquisas, especialmente envolvendo a vacina Shingrix, sejam necessárias para confirmar essa relação de forma definitiva, os dados já mostram que a vacinação é uma ferramenta de saúde integral, que merece atenção não apenas para o controle de doenças infecciosas, mas também para a preservação da qualidade de vida a longo prazo.
Cuidar da saúde hoje é preservar quem queremos ser amanhã.
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