Desde novembro, o Ministério da Saúde passou a substituir a vacina oral poliomielite (VOP), a popular gotinha ou Sabin, pela vacina inativada poliomielite (VIP), conhecida como Salk.
A VIP é injetável e não contém vírus vivo atenuado (enfraquecido), portanto é mais segura do que a gotinha, que tem vírus atenuado.
A VIP já é utilizada na rotina de vacinação infantil. O que muda é que a VOP, antes aplicada na dose de reforço, não será mais usada, sendo substituída pela VIP.
As doses injetáveis da VIP devem ser administradas aos dois, aos quatro e aos seis meses, com um reforço também injetável aos 15 meses. A segunda dose de reforço, que antes era feita com a gotinha aos quatro anos, não será mais necessária.
Ela não provoca a poliomielite, e quem recebeu a vacina oral elimina o vírus atenuado nas fezes, protegendo outras pessoas vulneráveis que não tomaram a vacina, em especial em regiões onde o sistema de saneamento básico é precário.
Por outro lado, há um risco pequeno de que esse vírus, ao circular no ambiente, sofra mutações e provoque mais doenças, principalmente em países com proteção insuficiente contra a poliomielite.
Por isso, mais de 60 países deixaram de aplicar a VOP, como faz o Brasil agora.
A gotinha, introduzida no Brasil na década de 1960, foi a grande responsável pela erradicação da poliomielite no país — o último caso da doença em território nacional foi ocorreu em 1989.
Em 1994, o Brasil recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o certificado de área livre de circulação do poliovírus selvagem. Desde então, o país vem se esforçando para alcançar a meta dos indicadores estabelecidos pelo Ministério da Saúde e se manter livre do contágio do vírus.
O fato de a doença estar erradica não significa que a vacinação não seja mais necessário. Ao contrário, o Brasil, cuja rede de saneamento básico é insuficiente, é o cenário perfeito para a poliomielite se espalhar, já que essa é uma doença de transmissão oral-fecal.
Poliomielite
A poliomielite é uma doença contagiosa causada por um vírus chamado poliovírus que tem três sorotipos (1, 2 e 3) e cuja transmissão se dá por via oral-fecal (contato da boca com fezes contaminadas) ou oral-oral, por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar.
Em geral, pode ou não causar paralisia infantil, e costuma atingir crianças menores de 4 anos, embora também possa acometer adultos.
A maior parte das infecções provoca nenhum ou poucos sintomas, semelhantes aos de uma infecção respiratória como a gripe. No entanto, cerca de 1% dos pacientes podem desenvolver a forma paralítica da doença, quando o vírus atinge os neurônios motores e pode deixar sequelas permanentes.
Além disso, a doença pode causar a síndrome pós-pólio, uma desordem neurológica que acomete pessoas infectadas cerca de 15 anos depois da contaminação pelo vírus. O quadro não é provocado pela reativação do vírus, mas pelo desgaste proveniente da utilização excessiva dos neurônios motores próximos daqueles destruídos pelo poliovírus.
Cobertura vacinal
O Brasil, que já chegou a vacinar mais de 90% da população contra a doença, vem apresentando queda na cobertura vacinal desde 2016.
Em 2023, a cobertura melhorou, mas mesmo assim, pouco mais de 84% do público-alvo tomou a vacina, número ainda abaixo da meta de 95% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por isso, especialistas vêm alertando para o risco de a doença voltar no país.
É muito importante vacinar as crianças contra a doença. A vacina é segura e eficaz, e está disponível gratuitamente de acordo com as orientações do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Fonte: Dráuzio Varella
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