O que é a poliomielite e por que ela ameaça voltar ao Brasil

O que é a poliomielite e por que ela ameaça voltar ao Brasil

9 Out 2024

por Imunovida

poliomielite está controlada no Brasil: em 35 anos, nenhum brasileiro foi identificado portador do vírus poliovírus selvagem (PVS), aponta o Ministério da Saúde. Porém, a doença, que causa paralisia que leva à morte nos casos mais graves, pode voltar — já que os índices de vacinação estão abaixo da meta de cobertura nacional, que é de 95%, desde 2016.

É por conta desses índices insatisfatórios que, ano passado, a Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC) classificou o Brasil como “alto risco” para a reintrodução da doença, transmitida por contato direto pessoa a pessoa.

O médico e infectologista Renato Kfouri explica que a poliomielite é uma doença contagiosa causada por um vírus chamado poliovírus, que pode infectar tanto crianças e adultos.

transmissão ocorre por contato direto pela via oral, gotículas de secreção, água contaminada com fezes de doentes, objetos e alimentos. A falta de saneamento básico, más condições habitacionais e de higiene pessoal também são fatores que favorecem o contágio.

Os principais sintomas são:

  • Paralisia aguda;
  • Mal-estar;
  • Dor de cabeça;
  • Dor de garganta;
  • Dor no corpo;
  • Febre;
  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Constipação;
  • Espasmos;
  • Rigidez na nuca.

Cerca de 5% dos infectados pelo vírus são diagnosticados com a paralisia definitiva, que pode evoluir para a ascendente, que é quando a musculatura respiratória é atingida e impede a respiração, causando a morte do paciente, explica Kfouri.

Cobertura vacinal caiu nos últimos anos

O sucesso das campanhas de vacinação infantil é o responsável pela contenção da pólio no Brasil — que tem meta de cobertura vacinal de 95%.

“Quando a gente vacina muita gente ao mesmo tempo, esse vírus espalha na comunidade e ele se multiplica no intestino, nas fezes e nos esgotos. Com isso, há imunização da população diretamente no vacinado e indiretamente pela comunidade no ambiente, mesmo naqueles que não comparecem para se imunizar. Esse foi o grande mérito da vacina oral e que praticamente eliminou a doença das Américas e Europa”, destaca Kfouri.

Porém, desde 2016 o Brasil não alcança a meta. O nível mais baixo, de 71,04%, foi em 2021, um dos anos mais rigorosos da pandemia de covid-19 no Brasil e em todo o mundo. Ano passado, o alcance foi de 84,94% e, neste ano, está em 85,09% (até 10 de junho). As informações são do painel de vacinação de poliomielite, do Ministério da Saúde.

“Isso é um número expressivo de não vacinados que acaba fazendo com que esse risco [de a doença voltar] exista” diz Kfouri.

Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), diz que o Brasil tem condições de aumentar essas taxas de imunização, mas que é preciso logística para evitar que a doença volte ao país.

“Estamos em um momento de campanha agora, feita exatamente para atingir a meta de 95% da população. A campanha não pode ser observada do ponto de vista individual, é algo coletivo. Somos um país em desenvolvimento e temos uma população gigantesca. Para conseguir a cobertura vacinal ideal é preciso estratégias específicas para o tamanho do Brasil, por diversidade e para quantidade de pessoas do público-alvo”, diz.

Bravo ainda pontua que a poliomielite não está erradicada no mundo e que é preciso uma força conjunta de todos os países ao redor do mundo. No Brasil, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença está controlada desde 1989. “É preciso manter a alta cobertura e a população vacinada, senão, estamos criando um ambiente suscetível e a pólio poderá voltar. Temos uma população enorme e isso pode facilitar para o vírus”, aponta.

Casos de poliomielite pelo mundo

Segundo a OMS, no mundo existem dois países endêmicos: Paquistão Afeganistão. Dados da OMS deste ano até 23 de abril mostram 13 casos de poliomielite no mundo, seis no Afeganistão e sete no Paquistão.

Nas Américas, dois casos foram registrados em 2022, ainda de acordo com a OMS. Um deles foi no Peru em uma criança indígena de um ano que não foi vacinada e, o outro, em um jovem de 20 anos não imunizado. O último caso ocorreu nos Estados Unidos por conta do poliovírus circulante derivado da vacina (cVDPV).

Esse tipo de poliovírus, segundo Flávia, são chamados de “derivados da vacina” porque são uma forma modificada de uma parte original contida na vacina oral da poliomielite, a gotinha. Isso porque a vacina da gotinha contém o vírus atenuado da doença, que é quando o imunizante recebe parte do vírus vivo, mas enfraquecido.

Contudo, a médica destaca que a vacina da gotinha foi importante para conter o vírus em todo o mundo e que casos como esse que ocorreram nos EUA são raros.

O governo brasileiro planeja substituir gradualmente a Vacina Oral Poliomielite (VOP), a gotinha, pela versão inativada (VIP), via injeção, neste ano. A recomendação foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) em junho de 2023. Segundo Flávia, a atualização não representa o fim imediato do imunizante na versão da gotinha, mas um avanço tecnológico.

Para alcançar a meta, a médica diz que a vacina injetável já ganha mais espaço na campanha de imunização. “Nós substituiremos e seguiremos a recomendação da OMS. É um passo necessário para acompanhar outros países que já deixaram de utilizar a VOP”, diz.

Doenças erradicadas por vacinas

Marcelo Daher, médico infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que, por conta da vacinação, somente a varíola foi extinta no planeta. A erradicação aconteceu em 1980, segundo a OMS. No Brasil, Daher diz que foram controladas, além da pólio, doenças como sarampotétano difteria.

“A erradicação é quando elimina a doença do mundo e não precisa vacinar mais ninguém. Quando se fala em controle, quer dizer que a doença não está circulando no momento por conta da vacinação. É importante frisar isso, pois se a vacinação diminuir muito, nós voltaremos a ter essas doenças”, diz.

Fonte: Valor Econômico

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