As vacinas representam uma das maiores conquistas da ciência para a saúde global, controlando e prevenindo diversas doenças infecciosas, e salvando a vida de milhões de pessoas, independentemente da faixa etária.
Embora a importância da vacinação infantil seja amplamente reconhecida, em bebês prematuros, ela muitas vezes ocorre de forma tardia. A elevada incidência de complicações médicas relacionadas à prematuridade, combinada com a falta de conhecimento, especialmente por parte dos pais, sobre a segurança e eficácia das vacinas em recém-nascidos prematuros, pode ser um dos motivos para esses atrasos.
A prematuridade ocorre quando um bebê nasce antes de completar as 37 semanas de gestação. Essa condição pode ser categorizada de acordo com a idade gestacional em semanas. À medida que a idade gestacional diminui, tanto a incidência quanto a gravidade das possíveis complicações aumentam. Em resumo, quanto mais prematuro o nascimento, maior é a probabilidade de o recém-nascido enfrentar complicações e problemas no desenvolvimento de órgãos e sistemas.
O sistema imunológico dos recém-nascidos tem naturalmente uma capacidade limitada para gerar respostas imunes devido à falta de maturidade. Nos prematuros, essa limitação é ainda mais acentuada, pois o desenvolvimento do sistema imunológico diminui com a idade gestacional mais baixa.
Os recém-nascidos prematuros têm uma quantidade menor de anticorpos em comparação com os nascidos a termo, especialmente aqueles com menos de 30 semanas de idade gestacional. Isso pode ser explicado pelo fato de que a transmissão de anticorpos IgG (imunoglobulina G) da mãe, através da placenta, é mais intensa no terceiro trimestre de gestação.
Além disso, os prematuros tendem a ter uma resposta imune. Isso significa que a produção de anticorpos após a administração de uma vacina pode ser menor, uma vez que as células responsáveis pela produção de anticorpos ainda não estão completamente maduras.
Apesar da imaturidade imunológica, estudos indicam que os prematuros geralmente respondem bem às vacinas, desde que estejam clinicamente estáveis e não haja contraindicações à vacinação. Portanto, é recomendado que recebam as vacinas conforme o esquema recomendado para bebês a termo, levando em consideração suas idades cronológicas e critérios específicos.
Os avanços nos cuidados intensivos para recém-nascidos prematuros têm elevado consideravelmente as taxas de sobrevivência no período neonatal, especialmente para prematuros extremos.
No entanto, mesmo com esses avanços, muitos desses bebês continuam enfrentando riscos de problemas de saúde durante o primeiro ano de vida, em parte devido a infecções que poderiam ser prevenidas por meio de vacinas.
Intervalo entre as doses das vacinas
A vacinação de recém-nascidos prematuros deve ser feita segundo a idade cronológica da criança, seguindo o mesmo esquema dos nascidos a termo, sem correção para idade gestacional ou peso ao nascer. É importante lembrar que a segurança, eficácia e imunogenicidade da vacinação em prematuros são comparáveis aos nascidos a termo.
A vacina BCG(proteção contra tuberculose) é a única exceção e deve ser aplicada, em dose única, apenas quando o peso do bebê for maior ou igual a 2 quilos. Em recém-nascidos de mães que usaram imunossupressores durante a gravidez, ou com histórico familiar de imunossupressão, a vacinação pode ser adiada ou contraindicada.
Em relação ao esquema, os bebês prematuros devem receber as doses habituais conforme o calendário de vacinação. Deve-se respeitar os intervalos entre as doses de uma mesma vacina e entre vacinas diferentes. Para saber o calendário completo de vacinação, acesse o nosso Calendário de Vacinação.
Autor: Imunovida por WMB Marketing Digital
