Sabe a vacina que você tomou quando ainda era criança e deixou uma pequena “marca” no braço? Então, hoje vamos falar sobre ela: a vacina BCG. Desenvolvida no dia 1º de julho de 1921, há 102 anos, a vacina BCG é utilizada para prevenir diversas doenças, como a tuberculose, a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar.
A história dela começa com os cientistas Léon Calmette e Alphonse Guérin que, após décadas de estudos, perceberam que ao enfraquecer a bactéria da versão bovina da tuberculose (batizada de Bacilo de Calmette e Guérin – BCG), teriam uma resposta imune e protetora em humanos, sem gerar a patologia.
Em 1921, a dupla de cientistas anunciaram ao mundo a nova descoberta: uma vacina contra a tuberculose. Na época, a notícia foi recebida com bastante alegria pela sociedade, afinal, a tuberculose era uma doença que matava a população mundo a fora – e ainda mata.
Já no final do século 19, a tuberculose matava mais do que qualquer outra doença. Não existia política pública para o controle da doença, cujos sintomas são: tosse (com expectoração de sangue em alguns casos), dores no peito, falta de ar, fraqueza, perda de peso, febre e suores.
Aqui no Brasil, a situação também era preocupante. Existiam altos índices de óbitos causados pela tuberculose, que se agravava ainda mais, principalmente, devido a questões sanitárias e sociais. Em 1900, na tentativa de conter a doença, médicos e intelectuais criaram a Liga Brasileira contra a Tuberculose.
Ao que se sabe, o imunizante BCG chegou em terras brasileiras no ano de 1925, pelo pesquisador Arlindo Assis. Mas, foi a partir de 1976 que a BCG passou a integrar o calendário vacinal, se tornando obrigatória para crianças de 0 a 4 anos. A dose única é oferecida gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde pelo Brasil.
Após a vacina BCG, muitos outros imunizantes se tornaram candidatos para combater a tuberculose, mas até o momento a BCG é a única vacina aprovada para prevenir a doença. Ao logo desses 102 anos, a BCG foi fundamental para o controle da tuberculose.
Como a BCG atua no organismo?
A vacina BCG oferece proteção contra as diversas formas de tuberculose, doença que atinge não só os pulmões, mas também os ossos, rins e meninges – podendo levar à morte, se não for tratada. A tuberculose é altamente contagiosa, podendo ser transmitida de uma pessoa a outra pelo ar, gotículas contaminadas na tosse, espirro ou fala.
Acredita-se que a vacina BCG reduza a incidência de tuberculose disseminada e meningite tubercular em crianças vacinadas.
A importância da vacinação coletiva
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos 20 anos, ao redor do mundo, as mortes causadas por tuberculose reduziram em 30%. Nos países em que a BCG faz parte do calendário vacinal, preveniu-se cerca de 40 mil casos anuais de meningite tuberculosa.
A importância que a BCG teve e ainda tem no controle da tuberculose é inegável. Portanto, a vacinação com BCG é de extrema importância e necessidade, tanto que é obrigatória em nosso país. Segundo o Ministério da Saúde, “a vacinação em massa permite a prevenção de formas graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma disseminada).
Fonte: Jornal O Hoje.