BCG, poliomielite, rotavírus, hepatite B. São exemplos de vacinas administradas no início da vida e que recebem alguns reforços nos anos seguintes. Uma forma eficaz de “programar” nosso sistema imunológico e deixá-lo pronto para enfrentar os agentes causadores dessas e de outras doenças em caso de contato.

Mas por que, então, a vacina da gripe deve ser tomada todos os anos?

A necessidade de uma campanha de vacinação mais efetiva contra os vírus da gripe surgiu em 2009, com a pandemia do H1N1 – uma mutação do vírus influenza, o mais comum causador da gripe.

Estima-se que 43 milhões a 89 milhões de pessoas contraíram o H1N1 entre abril de 2009 e abril de 2010, com 8.870 a 18.300 mortes relacionadas, em todo o mundo.

Atualização do sistema
Os vírus da gripe são bastante inquietos. Essa “inquietação” do vírus leva a mutações constantes. Ou seja: a vacina que você tomou em um determinado ano não é capaz de garantir proteção para o ano seguinte, porque pequenas modificações (variações) sempre acontecem.

Como a maior incidência da gripe é durante o inverno, é sempre nesta época do ano que as campanhas acontecem. É como se nosso sistema imunológico fosse um software que precisa ser atualizado todo ano para evitar novos ataques.

Vigilância constante
Mais de 140 centros nacionais de influenza realizam vigilância durante todo o ano para saber as tendências e tipos de vírus correntes.

Essas informações são transmitidas para várias agências de países diferentes que trabalham em conjunto com a Organização Mundial da Saúde. A OMS faz recomendações gerais sobre quais cepas do vírus influenza devem ser incluídas na vacina, mas cabe a cada país tomar sua própria decisão.

No Brasil, cabe à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidir quais vacinas deverão ser disponibilizadas a cada ano.

Quem deve tomar
A vacina pode ser tri ou tetravalente, protegendo contra três ou quatro versões do vírus que mais circularam no hemisfério norte durante o inverno.

No Brasil, a vacina é disponibilizada gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças entre 6 meses e 6 anos, gestantes e puérperas (mulheres no período de até 45 dias após o parto), povos indígenas e trabalhadores da saúde, além de idosos com mais de 60 anos e profissionais de determinadas categorias.

Mesmo assim, a vacina é recomendada para qualquer pessoa com mais de 6 meses de idade e que não tenha reações alérgicas aos componentes – a imunização também pode ser realizada em clínicas particulares.

Fonte: Neurolife