A Ginecologista Dra. Thaís França fala sobre SAÚDE DA MULHER e Outubro Rosa

28 Nov 2022

por Imunovida

A Ginecologista Dra. Thaís França fala sobre SAÚDE DA MULHER e Outubro Rosa

28 Nov 2022

por Imunovida

Já parou pra pensar se você está se cuidando como deveria? O Outubro Rosa é uma campanha feita pelo Ministério da Saúde para conscientização não só do câncer de mama, mas da promoção da saúde feminina. Por isso, nós chamamos a Dra. Thaís França, que é Médica Ginecologista pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com especialização em Sexualidade Humana pela Universidade de São Paulo (USP), para falar um pouco mais desse assunto!

1.    As mulheres, muitas vezes, acabam priorizando a saúde da família ao invés de cuidar delas mesmas, como o autocuidado pode prevenir doenças mais sérias?

“Realmente as mulheres, e isso é sociocultural, elas exercem um papel de cuidadoras e acabam muitas vezes esquecendo de cuidar delas mesmas e cuidar da sua própria saúde. Então, o autocuidado, e isso envolve o cuidado não só do psicológico, das questões internas, mas do físico também. Quando a gente fala da medicina preventiva, a gente fala de prevenção de doenças e isso envolve consultas periódicas, exames de rotina, com ou sem queixa médica. As mulheres precisam entender que, para serem boas cuidadoras, elas precisam inicialmente cuidar delas, quando elas se sentem melhores consigo mesmas, não somente na parte emocional e psíquica, mas física também, elas serão cuidadoras muito melhores também. Assim, esse olhar interno é fundamental, elas acabam priorizando a família, o companheiro, a companheira, os filhos, então, esse processo de educação em saúde é muito importante.”

2.    Como a educação em saúde pode ser uma ferramenta eficaz para a busca de atendimento médico?

“A educação em saúde é oferecer à população informações acerca das boas práticas da medicina, de medidas preventivas, e isso é uma ferramenta extremamente importante e eficaz. Não só como prevenção, mas a partir do momento que essas pessoas entendem um aparecimento de um nódulo, por exemplo, uma lesão, um machucadinho, ou algo diferente com relação ao próprio corpo, elas buscam atendimento médico mais rapidamente, o que facilita um melhor diagnóstico e um tratamento mais eficaz. Então, a educação em todos os níveis é fundamental. Ainda mais na área da saúde, é imprescindível que essa população tenha um fornecimento de informações adequadas para que possam procurar atendimento, ajuda médica, de uma forma mais fácil.”

3.    O que as mulheres precisam saber sobre o Outubro Rosa e o cuidado com a saúde feminina?

“As mulheres precisam saber que o ‘Outubro Rosa’ é um mês destinado um pouco mais ao trabalho de prevenção do câncer de mama, do cuidado da mulher, e isso é fundamental. O cuidado com a saúde feminina como um todo é fundamental. Então, são medidas voltadas para educação da população com relação às doenças, principalmente ao câncer de mama, câncer de colo uterino, aos exames preventivos, mamografia, Papanicolau, e o acompanhamento periódico dessas mulheres não só quando aparece alguma coisa séria, mas de forma preventiva. Essa é uma forma que as sociedades médicas, principalmente a de Mastologia, têm usado para chamar a atenção para o câncer de mama, num primeiro momento, e também do autocuidado. À saúde feminina precisa ser avaliada como um todo, e essas medidas de prevenção, que também a mídia contribui muito, auxiliam na divulgação das informações, e as pessoas acabam entendendo melhor a importância desse autoconhecimento.”

4.    O autoconhecimento é importante para notar sintomas diferentes no organismo, o que fazer para as mulheres não se sentirem envergonhadas em falar do seu próprio corpo?

“O autoconhecimento é muito importante. Devemos parar e olhar para o nosso corpo com um olhar realmente de verificação, de buscar se há alguma coisa diferente. As coisas as coisas estão tão corridas que às vezes a gente até olha mas não percebe, e nós (profissionais da área) devemos incentivar a população a fazer essa análise. Isso deve ser orientado desde o início, durante a infância, nas escolas, com os pais, com um trabalho de ensinar as crianças, as pessoas, a se olharem, a avaliar lesões, o próprio corpo, para diminuir justamente essas questões, principalmente das mulheres, de se sentirem envergonhadas com o próprio corpo, com a mama, com a vulva, com a vagina, clitóris. É uma forma de nós começarmos a olhar para o nosso corpo como algo relacionado a nós mesmas, com mais carinho e atenção, e ainda diagnosticar com mais facilidade doenças mais no início. A apalpação da mama, por exemplo, é fundamental, mediante qualquer nódulo, caroço, é importante o acompanhamento rápido, pro diagnóstico e um tratamento mais adequado.”

5.    Outubro Rosa vai além da luta contra o câncer. Quais outras doenças que afetam mais as mulheres são abordadas nesta campanha?

“O Outubro Rosa vai muito além, realmente, do câncer de mama, a campanha tenta chamar a atenção para saúde da mulher como um todo. E outra questão que é muito frequente é o câncer de colo uterino, é fundamental as mulheres terem uma rotina com seu ginecologista, mantendo seu exame de Papanicolau em dia, já que ambos os cânceres são doenças extremamente prevalentes nas mulheres, e com desfechos muito negativos se não forem tratados a tempo. É importante não só essas duas questões, mas vai muito além de tudo isso, é sobre o autocuidado global mesmo que as mulheres devem ter com o seu próprio corpo e como isso vai afetar diretamente a autoestima, relacionamentos, a autoimagem, a sexualidade, por exemplo. O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, e o câncer de colo uterino é o terceiro. Então é fundamental essa atenção, claro que tem todas as outras questões, mas essas duas doenças são muito frequentes dentro do público feminino.”

6.    Assim como o HPV (que pode ser evitado através da vacinação) existem outras infecções sexualmente transmissíveis que podem afetar mais gravemente a saúde da mulher?

“Várias são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que são aquelas infecções transmitidas através do contato sexual, do leite materno e através do parto também. O HPV é muito comum, a vacinação ajuda na prevenção, principalmente contra os tipos mais graves, que são o HPV16 e 18 e os que causam mais verrugas genitais, que são o 11 e o 13. O ideal é que a vacinação ocorra antes que os meninos e as meninas deem início à vida sexual, porém para as outras pessoas que já têm contato sexual ou que já tiveram alguma lesão pelo HPV também podem fazer uso da vacina.São inúmeras ISTs que causam várias repercussões, a sífilis é uma delas, e tem aumentado muito entre o público feminino, pode causar consequências não só na mulher, ou na mãe, mas também ao feto, com malformações. Nós também temos as hepatites, gonorreia, clamídia, que também são muito frequentes e podem cursar com a doença inflamatória pélvica, que é a infecção uterina, podendo desencadear a infertilidade, principalmente a clamídia. Além da herpes genital, enfim, são várias as infecções que podem ser evitadas pelo uso do preservativo feminino ou masculino. As vacinas também ajudam na proteção contra o HPV e as hepatites, já que o HPV é a principal causa de câncer de colo de útero, o terceiro mais comum entre as mulheres. Essa é toda uma política pública de consciência da população, distribuição de preservativos, para que todos possam se cuidar mas, evitando o avanço dessas doenças.”

7.    Existe alguma dica, ou passo-a-passo, de sintomas comuns que as mulheres devem procurar um médico para prevenir consequências piores?

“A ginecologia é a especialidade da medicina que cuida da saúde dos órgãos reprodutivos da mulher e das doenças relacionadas a eles. O médico ginecologista vai tratar da saúde da mulher, começando da infância até a terceira idade. O bom ou o mau funcionamento desses órgãos pode trazer consequências para saúde da mulher, então, esse especialistas deve ser procurado quando houver alguns sintomas, como: dor, corrimento vaginal, alteração de cor e cheiro de secreções vaginais, menstruação com sangramento abundante ou ausente, cólica menstruais fortes, dor durante a relação sexual, sangramento após relação, lesões de pele na região da vagina e vulva, alterações hormonais que podem chegar com adolescência, dor e secreção das mamas, nódulos nas mamas, lesões na pele em volta da mama, nódulos na axila, se houver suspeita de gravidez ou estiver tentando engravidar, e os exames preventivos, que não necessariamente essa mulher vai ter alguma queixa ou sintomas para fazê-los. Esses exames periódicos são importantes para que haja a detecção inicial de doenças graves e em qualquer queixa pontual é fundamental procurar o ginecologista para dar início ao tratamento.”

8.    Como manter o calendário vacinal em dia pode ser uma arma importante para manter a saúde da mulher em dia?

“Manter as vacinas em dia é fundamental tanto para homens quanto para mulheres. O Calendário Nacional de Vacinas atende todas as idades, no entanto, o índice de vacinação tem diminuído muito a cada ano, e a gente tem que atuar em cima disso, pois nós temos várias vacinas muito eficazes que nos protegem de muitas doenças que estão sendo deixadas de lado. Com relação, por exemplo, às infecções sexualmente transmissíveis, a gente tem as vacinas contra as Hepatites B, A, vacinas contra o HPV. Enfim, são vacinas que podem ser utilizadas tanto para homens quanto para mulheres e nos protegem das infecções que são transmitidas no contato sexual, no contato íntimo.”

9.    Afinal de contas, apenas mulheres podem tomar vacina contra o HPV? Existe alguma vacina que é “exclusiva” para mulheres?

“Não, a vacina contra o HPV não é exclusiva das mulheres, deve ser aplicada em homens também. O HPV, o papilomavírus humano, causa alguns tipos de cânceres e verrugas genitais. Nas meninas, a vacina é aplicada de 9 a 14 anos, pelo Sistema Único de Saúde, são duas doses com intervalo de 6 meses, e meninos de 11 a 14 anos. Pacientes que vivem com HIV também podem fazer uso da vacina pelo SUS, entre 9 e 26 anos, o esquema é de três doses. Outros grupos também podem ser vacinados no serviço privado, se indicado pelos seus médicos. Pela Anvisa, a vacina quadrivalente do HPV é aprovada em mulheres entre 9 e 45 anos, homens entre 9 e 26 anos; e a bivalente para mulheres entre 10 e 25 anos. Embora essa vacina possui uma maior indicação para meninas e meninos que não iniciaram a vida sexual, uma vez que apresenta eficácia maior de proteção, outras pessoas podem ser vacinadas também. São vacinas que são feitas para homens e mulheres, não existe uma vacina específica para um dos sexos, o calendário abrange todo mundo.”

10.    Mulheres são mais propensas a desenvolver alguma outra infecção que pode ser prevenida através de vacinação?

“A própria anatomia feminina favorece e deixa as mulheres mais propensas às infecções sexualmente transmissíveis. Então é muito importante essas informações serem passadas, o entendimento da vacinação, dos meios para proteção contra ISTs, as vacinas do HPV e das hepatites. É imprescindível que as pessoas entendam que um diagnóstico de uma IST a gente tem que pesquisar outras também, porque é muito comum, a partir de uma confirmação, a pessoa também ter entrado em contato com outros tipos de microrganismos. O acompanhamento médico é fundamental, o acesso à informação a respeito de todas as ISTs, entender a realidade de cada paciente para tratá-los da melhor forma e desmistificar informações incorretas que são passadas para sociedade sobre esse tipo de doença.”

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