Principalmente durante o tratamento de um câncer o organismo se torna mais debilitado e suscetível a doenças. Muitos pais ficam então com a dúvida, vacinar uma criança com câncer faz mal ou faz bem? Neste Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil (15 de fevereiro), viemos esclarecer essa e outras dúvidas sobre a vacinação de pacientes com a doença.
POSSO VACINAR MEU FILHO COM CÂNCER?
Infelizmente, crianças ou adultos que estejam em processo de quimioterapia ou outros tipos de terapias imunossupressoras não podem se vacinar. Por isso, ao receber o diagnóstico o ideal seria atualizar a carteirinha de vacinação antes do início do tratamento ou de três a seis meses após o término do tratamento oncológico. No entanto, ainda existem ressalvas. Não são todas as categorias de vacinas que os pacientes com câncer podem receber.
QUAIS VACINAS DEVEM SER EVITADAS POR PACIENTES COM CÂNCER?
De modo geral, as vacinas agem criando uma “infecção de mentirinha”. Uma versão enfraquecida ou morta do micro-organismo é adicionada na fórmula, ou ainda apenas um pedacinho dele (como uma proteína estrutural), ou toxinas produzidas por esses bichinhos patológicos. Dessa forma, o sistema imunológico de uma pessoa saudável consegue combater com muita facilidade essa “infecção”, e algum dia, caso entre em contato com o micro-organismo real e completo, já terá soldados treinados para reconhecê-los e combatê-los.
No entanto, o câncer é uma doença que naturalmente debilita o organismo, e os soldadinhos do sistema imunológico ficam mais fracos. Por isso, as vacinas com vírus vivos atenuados, aquelas que possuem o vírus ou bactéria apenas enfraquecidos em sua formulação, devem ser evitadas. Nessa situação em específico, existe o risco do paciente imunossuprimido desenvolver a doença contra a qual a vacina o deveria proteger. Mas não podemos esquecer: as vacinas são altamente seguras para pacientes saudáveis.
Exemplos de vacinas com vírus vivos atenuados: sarampo, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela, herpes zoster, poliomielite oral, rotavírus e BCG.
QUAIS VACINAS PODEM SER TOMADAS?
Pacientes, adultos ou crianças, com câncer, fora do período de tratamento com quimioterapia ou medicamentos imunossupressores podem receber as vacinas com patógenos mortos, toxinas ou proteínas em sua composição.
Exemplos de vacinas que podem ser tomadas por pacientes com câncer: poliomielite (gotinha), difteria, influenza, hepatite A, hepatite B, HPV, pneumococo e meningococo.
Inclusive, a vacina VPC 13 (pneumocócica conjugada 13-valente) contra pneumococo é considerada PRIORITÁRIA para pacientes com câncer, HIV, transplantados e imunodeprimidos em geral. Para crianças, ela previne até 90% das doenças graves causadas pelo Streptococcus pneumoniae (pneumococo), como a pneumonia, meningite, bacteremia (sepse) e otite. Para pacientes com câncer, deve ser administrada em dose única.
OS AMIGOS E FAMILIARES TAMBÉM DEVEM SE VACINAR!
O sistema imunológico da criança com câncer fica mais enfraquecido, então é muito importante que as pessoas mais próximas do seu convívio estejam com a carteira de vacinação em dia. Isso reduz os riscos de que aquela doença chegue até a criança. No entanto, existe um porém: você se lembra que pacientes em tratamento oncológico não podem entrar em contato com vírus atenuados? Familiares e amigos que receberem vacinas com esse tipo de vírus devem evitar a proximidade com a criança com câncer, para evitar que ela se infecte e adoeça.
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Fonte:
– Instituto Oncoguia e Instituto Vencer o Câncer.
