Estar em contato com a natureza traz saúde para seus filhos, diz estudo

Estar em contato com a natureza traz saúde para seus filhos, diz estudo

5 Set 2022

por Imunovida

“Se sujar faz bem.” Será mesmo? Bem, esse é um slogan de uma marca de sabão em pó bem famosa que passa a mensagem – bem clara, por sinal – de que não tem problema seu filho se sujar brincando, até porque você tem com o quê limpar suas roupas depois. Esperamos ter feito você pensar em uma imagem de crianças felizes brincando na grama, barro, bagunça e diversão! Entretanto, hoje em dia, a realidade – em grande parte das famílias – é esta: crianças jogando vídeo games na TV ou nos tablets sentados na sala de casa. Uma nova geração, novas atitudes e culturas. Mas e quanto ao contato com a natureza? O quanto isso é importante para o desenvolvimento da criança?

CRIAÇÃO “NATUREBA” E TEORIA DA HIGIENE

Antes que você julgue errado, não, isso não tem nada a ver com esoterismo ou qualquer coisa do tipo, muito pelo contrário! Em 1989, o médico inglês David Strachan publicou a Teoria da Higiene, a qual defende que crianças que vivem em ambientes “limpos demais” são mais propensas a desenvolver doenças alérgicas. Depois de então, uma série de estudos comprovaram essa teoria, já que nosso sistema imunológico fica “cada vez melhor” quando entramos em contato com microrganismos diferentes. Neste ponto, crianças que vivem em um mesmo ambiente, sempre limpo, sem explorar o ar livre, acabam sendo privadas de desenvolver imunidade contra outros microrganismos, e são favorecidas a desenvolver processos alérgicos.

Mas o contato com a natureza não está ligado somente ao desenvolvimento da imunidade do seu filho, vai bem mais além que isso. Atividades ao ar livre, além de proporcionar a criação de um senso de orientação e disposição muscular, ajudam, inclusive, no desenvolvimento ocular da criança – isso mesmo! – evitando, por exemplo, o desenvolvimento de miopia pelo exercício de olhar objetos a longas distâncias. Além disso, estar do lado de fora em família cria laços e lembranças pra vida inteira, formando memórias afetivas e a consciência de que não existe ser humano no planeta Terra!

COMO INSERIR O CONTATO COM A NATUREZA NO NOSSO DIA-A-DIA?

Esse discurso é ótimo, mas pra muita gente é um desafio e tanto! Então para nos ajudar a remodelar nossas atividades diárias de modo a garantir um maior contato dos nossos filhos com a natureza, convidamos a pediatra Dra. Priscilla Duprat. Ela que é formada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), tem residência em Pediatria e Neonatologia e mestrado em Ciências da Saúde pela UFU, pós-graduação em Bases de Saúde Integrativa pelo Hospital Israelita Albert Einstein, e, além de tudo isso, é membro do Comitê de Pediatria Integrativa do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa. Ou seja, é mais do que especialista no assunto!

Por que é tão importante nos esforçarmos para estar mais ao ar livre com nossos filhos?

“Ter mais contato com a natureza é muito importante para toda a família, tanto pras crianças quanto pros adultos. Por isso deve ocorrer esse esforço, já que vários estudos mostram inúmeros benefícios do contato com a natureza. Entre eles estão: redução de transtornos psicológicos e alteração de comportamento nas crianças, como o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade); redução de depressão na infância; desenvolvimento neuropsicomotor mais adequado; melhor desenvolvimento das interações sociais; noção de responsabilidade e de contato com o ambiente. Além de vários outros benefícios pra saúde como redução de doenças, principalmente doenças crônicas, como síndrome metabólica, caracterizada pelo aumento do colesterol, glicemia, aumento do risco cardiovascular, hipertensão etc., reduz também a incidência de diabetes tipo 2 e obesidade, por exemplo. O contato com a natureza, sucintamente, proporciona um melhor desenvolvimento da criança na parte psíquica e motora, cujo ápice de desenvolvimento está durante os primeiros 7 anos de vida, estimulando e melhorando desenvolvimento sensório-motor. Então, esse contato com o meio-ambiente além de promover saúde física também traz saúde psicológica, fato que é muito importante mencionar, principalmente agora que estamos no Setembro Amarelo, o mês de prevenção contra o suicídio e a depressão.”

Como nos livrar dessa “intoxicação digital” e o vício de ficar em casa?

“A intoxicação digital é, hoje, considerada uma doença, que a gente também chama de vício digital. Ela já tem o CID, o Código Internacional de Doença, que é um número que cadastra e oficializa como tal. É cada vez mais preocupante e já foi assunto do último Congresso Nacional de Pediatria no final do ano passado. Então, em pré-pandemia, já era um assunto que nós, pediatras, já estávamos muito preocupados, e que durante e pós-pandemia nós estamos ainda mais apreensivos com o aumento do índice dessa doença, principalmente em crianças. Elas podem apresentar sintomas de abstinência por falta das mídias sociais, do contato com as telas, de jogos ou qualquer outro contato com o celular ou aparelhos digitais, sofrendo com tremores, irritabilidade, agressividade, falta de apetite (até anorexia), sudorese profusa etc. Então, o contato com a natureza, o incentivo a esse contato ao sair de casa, mesmo que seja um contato com a natureza próxima, como a pracinha, o jardim de casa, uma horta, todas essas atividades com a natureza, com o mundo externo, são meios de se evitar essa intoxicação digital e ajudar a criança a se desintoxicar. Esse tempo fora reduz o tempo gasto com os aparelhos digitais e introduz outras atividades, como atividades físicas. A gente sabe que com a pandemia ficou mais difícil, mas é preciso tentar encontrar pequenos espaços fora de casa, ao ar livre e sem aglomeração, para que em alguns momentos do dia isso possa acontecer, já que a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que a criança tenha contato com a natureza pelo menos 1 hora por dia.”

Quando falamos de “estar em contato com a natureza” tem que ser no campo ou na praia mesmo, ou o parque no final da nossa rua também conta?

“Quando falamos em ‘estar em contato com a natureza’, não necessariamente tem que ser só na praia, ou só no campo, quanto a gente está de férias ou vai viajar, muito pelo contrário. A SBP, por exemplo, indica que todas as crianças tenham contato com a natureza por, pelo menos, 1 hora por dia, então a gente tem que fazer isso no dia-a-dia, mesmo na zona urbana. Então esse contato com a natureza poderia ser feito em parques, na pracinha, no jardim de casa, na área de convivência do condomínio, na varanda do apartamento, até mesmo lá em baixo do seu prédio que tenha um jardinzinho ou uma graminha pra colocar os pés descalços, por exemplo. Assim, esse contato não acontece só quando a gente sai da cidade e vai pra algum lugar que ‘tenha mais natureza’, a gente tem que achar pequenos espaços nas grandes cidades para que as crianças tenham esse contato, e que seja um contato rotineiro.”

Que outras atividades sensoriais, como criar um jardim em casa, por exemplo, são interessantes para inserirmos na nossa rotina?“

A gente pode inserir o contato com a natureza de várias formas, uma delas seria plantar em casa uma horta, ou um jardim mesmo, e colocar a criança para auxiliar nesse plantio e no cuidado das plantas. Colocar a criança descalça no gramado pra ter essa sensação e o contato com o chão e com a textura da grama, que é muito importante pelo desenvolvimento sensorial e a sensação de pertencimento que a gente tem em contato com a terra. Uma outra dica é fazer aquela experiência de colocar o grãozinho de feijão no algodão molhado, colocar água e ver o feijão brotar, essa é uma forma de cuidado e de ver a vida nascer através da sementinha. Animais de estimação também é uma forma de contato com a natureza, por exemplo. Então, dentro de casa o ideal é sempre ter um vasinho de planta, incentivar a criança a ver a natureza crescendo, ter exposição à luz solar durante o dia, nos períodos que não tem risco da incidência da radiação Ultravioleta, que seria antes das 10h da manhã ou depois das 4h da tarde, também é uma forma de entrar em contato com a natureza. Parar uma hora do dia, ter um tempo de respiração em família, olhar para o céu, ver os passarinhos voando, tudo isso também são meios de contato com a natureza no dia-a-dia.”

Como passar um tempo em família na natureza pode fortalecer vínculos afetivos?

“O tempo com a natureza e a família é muito importante para criar várias experiências. Hoje em dia, foi se perdendo um pouco isso com as crianças por conta da redução desse contato com a natureza. Mas quando conversamos com os nossos pais, até a gente da nossa idade, por exemplo, eles têm várias memórias do período da infância com esse contato com a rua, a terra, grama, subir em árvore, e muitas vezes esse contato em família. Não só de ir à fazenda em família, mas estar num parque, fazer um em família, na pracinha, por exemplo. Então, eu tenho várias lembranças da minha infância, de quando a gente morava em Brasília e ia pro parque da cidade fazer piquenique, pegava amora do pé, e tudo isso me traz lembranças boas e um vínculo importante com a minha família. Tudo isso traz lembranças boas e essas atividades no meio da natureza, com a mãe Terra, a mãe Planeta, a mãe Gaia, junto com a família fortalece os laços e cria uma sensação de pertencimento, tanto da família quando da criança, uma sensação de pertencimento ao planeta em que vivemos, e também àquela família, àquela comunidade, àquele pequeno núcleo. Assim, esse tempo, além das memórias boas, também traz melhoramentos para o desenvolvimento físico e sensitivo da criança.”

Pergunta dos pais: Tenho dificuldades de me interessar por esses assuntos “biológicos”, como eu posso influenciar meu filho a entender a importância de preservação e contato com a natureza?

“A gente já vive uma era de pais mais tecnológicos, pais que querem ficar mais em casa, vendo as mídias, lendo livros digitalizados, escutando música, então tendo um contato mais com o digital e menos com o biológico, com a natureza. Então, precisamos estimular essa prática e esse hábito da família inteira, e isso tem que partir dos pais. Muitas vezes as crianças até pedem, até parte delas essa iniciativa de brincar fora, mas principalmente das crianças maiores de sete anos que já têm uma vontade maior, querem impor a sua vontade e explorar esse meio e ter aventuras. Porém os pais têm que dar o exemplo. Eles precisam também estimular esse contato com a natureza, e como eu falei antes, isso pode ser feito de forma simples, de forma pequena, até mesmo o pai que nunca plantou, que nunca teve contato com a terra, com a semente, que não sabe o quanto colocar de água numa planta, deve se informar, usar a tecnologia pra essa parte boa, já que a gente tem na palma da mão informações de forma muito rápida e de fácil acesso na internet, e passar isso pra prática. Os pais tecnológicos devem usar essa tecnologia para se informar sobre como plantar uma hortinha, criar um jardinzinho e até aquela experiência do feijão no algodão molhado que eu citei também. Esses pais que não têm tanto interesse pela natureza podem usar a internet pra criar esse ambiente natural dentro de casa e incentivar, plantando a sementinha do contato com a natureza nesse núcleo familiar.”

O aumento da violência e a insegurança em ficar fora de casa são fatores que influenciam as pessoas a ficarem mais dentro das suas casas, o que fazer para contornar essa situação?

“Sim, o aumento da violência foi um dos motivos dessa redução do contato das crianças com o meio externo fora de casa né, com a rua, com as pracinhas, parques, porque elas não podem sair de casa sozinhas, pelo medo da violência, e até a família mesmo tem medo de sair em conjunto. Então, a gente tem que tentar vencer esses medos, pra ter contato com a natureza que a gente tem próximo de casa, mas não necessariamente a gente precisa sair de casa pra ter esse contato, a gente pode trazer a natureza pra dentro da nossa casa. Isso através do plantio de pequenas mudas, de hortinhas, de cultivar vasos e plantas, ter um animal de estimação, ou até de fazer essa pausa para observar a natureza, de sentir o vento batendo no rosto, a luz solar incidindo no seu rosto e esquentando a pele, os passarinhos voando, o azul do céu, até aquela brincadeira que a gente fazia antigamente de deitar e olhar pro céu e ver com qual objeto as nuvens se parecem, com o carro, com um animal, por exemplo. Então, todo esse contato da gente observar o meio natural também é um contato com a natureza. Mas é claro que, para o desenvolvimento sensório-motor da criança, o explorar é muito importante, então ter períodos de colocar o pé na grama, subir em árvores, colocar a mão na terra é essencial. Porém a gente pode ter esse contato diário com a natureza, que é a indicação da SBP e dos estudos, de forma simples e pequenas mesmo dentro de casa.”

Como as atividades ao ar livre melhoram a saúde do meu filho?

“As atividades ao ar livre têm várias evidências de benefícios, como melhorias das emoções e redução da depressão; redução de transtornos neurológicos e emocionais, como o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade; melhora a interação social, são crianças que ficam mais comunicativas, que interagem mais com outros seres humanos de uma forma melhor; têm redução de várias doenças crônicas, como diabetes, obesidade, hipertensão, colesterol alto, risco cardiovascular no futuro, porque são crianças mais ativas; são crianças que têm habilidades motoras melhores, então têm o equilíbrio melhor; têm uma estrutura física melhor, pelo estímulo das atividades ao ar livre. O contato com a natureza traz inúmeros benefícios, essas crianças respeitam mais, tanto o próximo, quanto o meio, são mais resilientes, com maior compaixão e empatia pelo próximo, por terem sido incentivadas a ter esse contato e amor para com a natureza. Além dos estudos científicos, há documentos da SBP que orientam nós, pediatras, a incentivarmos as famílias a terem esse contato com a natureza constantemente, pelo menos por 1h por dia, visto os inúmeros benefícios pra saúde das crianças e da família.”

Viu só quanta coisa boa entrar em contato com a natureza traz? Ficou com alguma dúvida? Fale com a gente! O time da Imunovida está preparado para te ajudar no que for preciso.

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