MENINGITE, você já ouviu falar, mas sabe o que é mesmo? é uma doença séria que acomete o sistema nervoso, inflamando a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal, conhecida como meninge. Entre 1.500 a mais de 3 mil brasileiros são acometidos todos os anos, segundo o Ministério da Saúde. Pessoas não vacinadas de qualquer idade são vulneráveis, não são só as crianças não!
MAS O QUE É, DE FATO, MENINGITE?
A meningite é uma doença em que ocorre a inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro. Essa inflamação é decorrente de uma infecção por algum microrganismo, vírus, bactéria e, menos comumente, por fungos. Os sintomas envolvem:
- febre alta;
- dor de cabeça forte;
- vômitos;
- rigidez no pescoço e dificuldade em movimentar a cabeça;
- manchas vinhosas na pele;
- sensibilidade à luz;
- confusão mental;
- estado de desânimo, moleza;
Nos bebês, é comum a moleira ficar tensa ou elevada, apresentarem gemidos ao serem tocados, inquietação com choro agudo e rigidez corporal com movimentos involuntários.
Vale a pena ressaltar que a disseminação do meningococo pelos vasos sanguíneos pode causar, além das manchas na pele, necroses que podem levar à amputação do membro acometido. Além disso, o risco de morte que já é alto pode chegar a 70% se a infecção for generalizada (meningococcemia). De acordo com a SBIm, de 10 a 20% dos sobreviventes ficam com sequelas como surdez, cegueira, problemas neurológicos ou membros amputados.
E QUAL A DIFERENÇA ENTRE A MENINGITE VIRAL E BACTERIANA?
A meningite viral, como o próprio nome já diz, é causada por uma infecção viral, normalmente por enterovírus, tais como ecovírus e coxsackievírus. A meningite viral é a causa mais comum da meningite asséptica, que se refere à meningite causada por alguma coisa que não sejam bactérias que geralmente causam a meningite.
Outros vírus que podem causar meningite são:
- Vírus do herpes simples (HSV), geralmente tipo 2 (HSV-2);
- Vírus da varicela zóster;
- Vírus transmitidos por mosquitos (chamados arbovírus), tais como o vírus do Nilo Ocidental, vírus da encefalite St. Louis e vírus da encefalite da Califórnia;
- Vírus da coriomeningite linfocítica;
- Vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Já a meningite chamada meningocócica, é causada pela bactéria “Neisseria meningitidis” (meningococo) e seus cinco sorogrupos: A, B, C, W e Y. De modo geral, o meningococo é transmitido por meio de secreções respiratórias e saliva, especialmente durante o contato próximo ou demorado com o portador, algo visto frequentemente entre pessoas que vivem na mesma casa. Essa transmissão também é facilitada em ambientes com aglomeração de pessoas, contribuindo para o desencadeamento de surtos.
E QUAL É MAIS GRAVE: MENINGITE VIRAL OU BACTERIANA?
Na verdade, apesar de todos os tipos de meningite serem potencialmente fatais se não tratadas adequadamente, a MENINGITE BACTERIANA é a forma mais temida. Pode ser ainda mais grave quando atinge a corrente sanguínea, provocando meningococcemia — infecção generalizada, cujo quadro pode ser rápido e devastador.
E COMO SE PROTEGER?
Atualmente, há três vacinas contra a doença meningocócica. Conheça:
– Vacina Meningocócica B: essa vacina inativada oferece proteção contra o meningococo do tipo B. São recomendadas quatro doses para crianças, sendo as três primeiras aos 3, 5 e 7 meses e a última entre 12 e 15 meses; para os adolescentes não vacinados são indicadas duas doses com intervalo de um mês.
As demais faixas etárias demandam orientação profissional. Consulte um médico.
– Vacina Meningocócica C conjugada: esta vacina, também inativada, protege contra o tipo C da bactéria. Ela é recomendada para crianças (aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses), adolescentes (duas doses com intervalo de cinco anos) e adultos (em situações que justifiquem, tomar uma única dose).
– Vacina Meningocócica conjugada quadrivalente – ACWY: por meio de uma única vacina, é possível prevenir a doença meningocócica causada pelos quatro tipos de meningococo. Para crianças, a vacinação deve iniciar aos 3 meses de idade, com três doses no primeiro ano de vida e reforços aos 12 meses, 5 anos e 11 anos de idade. Para adolescentes que nunca receberam essa vacina, são indicadas duas doses com intervalo de cinco anos.
A SBIm recomenda que a vacina ACWY seja a preferida para crianças, adolescentes e adultos, pois é mais completa. Entretanto, em todas essas faixas etárias, na impossibilidade de usar a vacina ACWY, deve-se utilizar a meningocócica C.
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Imunovida Vacinas
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Fonte:
Sociedade Brasileira de Imunizações, SBIm, “Doença meningocócica (DM)”. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/doencas/doenca-meningococica-dm