Nunca se quis tanto uma vacina quanto essa contra o coronavírus, não é?! Na verdade, criar uma vacina contra um microrganismo específico não é assim tão simples ou rápido. Além dos passos a serem seguidos durante as pesquisas, os cientistas não podem simplesmente pular etapas e acelerar os testes em pessoas, é preciso ter certeza da eficácia e segurança da vacina antes de liberá-las para a população. Mas e agora? Como andam os testes para a vacina contra a COVID-19?
O MUNDO INTEIRO ESTÁ EMPENHADO NESTA CAUSA
Mais de 90 vacinas estão sendo desenvolvidas contra o SARS-CoV-2 por equipes de pesquisa em empresas e universidades de todo o mundo. Os pesquisadores estão testando diferentes tecnologias, algumas das quais nunca foram usadas em uma vacina licenciada antes. Até agora, pelo menos seis grupos já começaram a injetar formulações em voluntários em testes de segurança; outros começaram a testar em animais.
MAS PRIMEIRO, COMO DESENVOLVEMOS IMUNIDADE CONTRA O CORONAVÍRUS?
O nosso sistema imunológico adaptativo é capaz de aprender a reconhecer novos patógenos invasores, como o coronavírus SARS-CoV-2, por exemplo. Basicamente, as vacinas funcionam a partir da nossa imunidade adaptativa, ou seja, entramos em contato com parte dos microrganismos, ou com os microrganismos enfraquecidos, que não são capazes de causar a doença, mas fazem com que nosso sistema imunológico, através da ação dos Glóbulos Brancos, esteja preparado com os anticorpos necessários para atacar os invasores quando necessário.
No caso da infecção pelo coronavírus, este usa uma proteína viral (presente na sua superfície) que funciona como uma chave. Essa proteína viral bloqueia os receptores que ficam na superfície das células humanas (neste caso, receptores ACE2), que funcionam como uma fechadura. Após a interação entre a proteína viral e o receptor da célula humana, “a porta da célula é aberta”, permitindo que o vírus entre. Daí, uma vez dentro, essas células traduzem o RNA do vírus para produzir mais vírus.
A resposta imunológica acontece quando as “células apresentadoras de antígenos” (do inglês, APCs) envolvem o vírus e exibem partes dele para ativar os Glóbulos Brancos do tipo “T-helper”. Essas células T-helper permitem outras respostas imunes, já que outros tipos de Glóbulos Brancos, chamados de “células B” fabricam anticorpos que podem impedir o vírus de infectar outras células do organismo.
Então, as células B e T, que são os glóbulos brancos de “memória” de longa duração, reconhecem que o vírus pode patrulhar o corpo por meses ou anos, proporcionando imunidade.
E QUAIS SÃO AS ABORDAGENS PARA AS VACINAS CONTRA O NOVO CORONAVÍRUS?
São várias abordagens, mas todas as vacinas visam expor o corpo a um antígeno que não causa doença, mas provocará uma resposta imune que pode bloquear ou matar o vírus se uma pessoa for infectada. Até agora, existem pelo menos oito tipos sendo testados contra o coronavírus, e eles dependem de diferentes vírus ou partes virais. Segundo a revista científica Nature, os tipos de vacina mais promissores contra o coronavírus que estão sendo testados são:
- VACINAS DE VÍRUS (INATIVADOS OU ENFRAQUECIDOS)
Pelo menos sete equipes estão desenvolvendo vacinas usando o próprio vírus, de forma enfraquecida ou inativada. Muitas vacinas existentes são feitas dessa maneira, como as contra o sarampo e a poliomielite, mas requerem testes de segurança extensivos. A Sinovac Biotech em Pequim começou a testar uma versão inativa do SARS-CoV-2 em humanos.
Nas vacinas com vírus enfraquecido, no processo convencional, os cientistas infectam células animais ou humanas até detectar uma mutação que torna menos capaz de causar doenças. A Codagenix em Farmingdale, Nova York, EUA, está trabalhando com o Serum Institute da Índia, um fabricante de vacinas em Pune, para enfraquecer o SARS-Cov-2 alterando seu código genético para que as proteínas virais sejam produzidas com menos eficiência.
Já nas vacinas com vírus inativado, o vírus é transformado em não infeccioso por meio da aplicação de produtos químicos, como formaldeído, ou através do aquecimento. Para torná-los inativos, no entanto, é preciso ter grandes quantidades de vírus infecciosos.
- VACINAS DE VETORES VIRAIS
Cerca de 25 grupos de pesquisa dizem estar trabalhando em vacinas de vetores virais. Um vírus como sarampo ou adenovírus é geneticamente modificado para produzir proteínas de coronavírus no organismo. Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos: aqueles que ainda podem se replicar dentro das células e aqueles que não podem porque os genes principais foram desativados.
- VACINAS DE ÁCIDO NUCLEICO
Pelo menos 20 equipes têm como objetivo usar instruções genéticas (na forma de DNA ou RNA) para uma proteína de coronavírus que solicite uma resposta imune. O ácido nucleico é inserido nas células humanas, que produzem cópias da proteína do vírus; a maioria dessas vacinas codifica a proteína de pico do vírus.
- VACINAS À BASE DE PROTEÍNAS
Muitos pesquisadores querem injetar proteínas de coronavírus diretamente no corpo. Fragmentos de proteínas ou invólucros de proteínas que imitam a camada externa do coronavírus também podem ser usados.
E QUANDO É A PERSPECTIVA PARA FICAR PRONTA ALGUMA VACINA?
Mais de 70% dos grupos que lideram os esforços de pesquisa de vacinas são de empresas industriais ou privadas. Os ensaios clínicos começam com pequenos estudos de segurança em animais e pessoas, seguidos de estudos muito maiores para determinar se uma vacina gera uma resposta imune. Os pesquisadores estão acelerando essas etapas e esperam ter uma vacina pronta em 18 meses.
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Fonte:
Ewen Callaway, NEWS FEATURE, Nature, “The race for coronavirus vaccines: a graphical guide”. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-020-01221-y